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“Qualquer jornalista que não seja demasiado obtuso ou cheio de si para perceber o que está acontecendo sabe que o que ele faz é moralmente indefensável. Ele é uma espécie de confidente, que se nutre de vaidade, da ignorância ou da solidão das pessoas. Tal como a viúva confiante, que acorda um belo dia e descobre que aquele rapaz encantador e todas as suas economias sumiram, o indivíduo que consente em ser tema de um escrito não ficcional aprende — quando o artigo ou livro aparece – a sua própria dura lição. Os jornalistas justificam a própria traição de várias maneiras, de acordo com o temperamento de cada um. Os mais pomposos falam de liberdade de expressão e do ‘direito ao público a saber’; os menos talentosos falam sobre a Arte; os mais decentes murmuram algo sobre ganhar a vida.”

E por aí vai. Qualquer discussão sobre biografias, perfis e reportagens não-autorizadas passa necessariamente por O Jornalista e o Assassino, de Janet Malcolm (Cia das Letras). Um livrinho de lucidez corrosiva, que, apesar de sua tese explícita aí acima logo em seu irretocável primeiro parágrafo, não estabelece um juízo final sobre a questão. Leitura obrigatória.

Mais links.

Papo entre Glenn Greenwald e o ex-editor-executivo do NYTimes Bill Keller, sobre jornalismo imparcial e ativismo. O futuro do jornalismo?

Grande matéria (Guardian, de novo) sobre um adestrador de cavalos que se recusa a deixar sua fazenda, próxima a Fukushima.

Jornalismo clássico: grande reportagem do NYTimes sobre uma ilhota no meio do nada, aparentemente desprezível, porém disputadíssima por japoneses, filipinos e indonésios.

Alain Mutter, um midiossauro, como se define, ex-executivo da grande mídia dos EUA, reflete sobre a entrada da Silicon Valley no negócio do jornalismo.

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